CONECTE-SE, SEJA UM NÓ DESTA TEIA
Para aguçar sua curiosidade e convida-los para vivênciar conosco esta experiência recheada de surpresas e parcerias, conheça um pouco mais das nossas ações.
Eu sou a floresta, esse solo é o meu corpo,
nossa seiva alimenta os seres,
eu sou este morro, minha alma queima com este morro,
eu sou esta flor que desabrocha
eu sou tudo isso, e muito mais que não sei nomear.
Meu corpo foi redesenhado,
e nada que ocorre naquele morro será indiferente a minha alma
nunca mais
Assim como ele me permiti ser “mais humanoide”,
eu o permito a voz, o permito a luta
eu escolhi ser esse Morro,
e quanto fiz esta escolha entendi um pouco mais da sua história,
Sr. Eduardo Carvalho.
Eu pertenço a este morro, a essas matas, a essas rochas,
Eu sou a água desta nascente que me estende a outros ambientes...
Eu escolhi ser este morro e assim me tornei do mundo.
Eu sou a floresta - Lilaz Santos
Performance do poema Eu sou a floresta na Trilha Geopoética
Todos os seres que coabitam a APAMC são os nós desta teia, no entanto nossa habitat esta muito além do restrito espaço que nossos pés tocam o solo. Entendemos por habitar um espaço, todo aquele território que significamos. Sim! Somos habitantes do mundo! Seres híbridos que se expandem até o alcance dos nossos pensamentos e ações.
Nossa missão é criar diálogos como este! E uma peça essencial nesta caminhada foi o grupo Geotales da UNIRIO com suas performances poéticas! Este grupo mergulhou em nossos sonhos, e em cada trecho da trilha deixaram trechos de poemas que falam sobre os seres humanos e a natureza! Para inspirar ainda mais a nossa imersão, e pela palavra lida incentivar o início de uma conversa sobre o que esta sendo vivenciado. Também acompanharam o grupo participando destes diálogos e performando os poemas escondidos pelo nosso caminhar na natureza!
Performance Geotales nas trilhas geopoéticas
As componentes do grupo GeoTales UNIRIO (Júlia Mayer, Juliana Timbó, Brunna Ellen, Bruna Villares, Vitória Villela) realizaram diversas performances durantes das trilhas na APA Morro do Cachambi - Jardim Sulacap. O repertório do Geotales, composto por histórias em prosa e verso, foi adaptado para abordar os temas transversais ao evento (Patrimônio Natural e a integração do ser humano com a Natureza). Os serviços culturais, assim como os demais serviços ecossistêmicos (suporte, regulação e provisão), foram correlacionados, por exemplo, com trechos do poema “Aninha e suas pedras”, de Cora Coralina: “...Remove pedras, planta roseiras, faz doces. Recomeça. / E viverás no coração dos jovens / e na memória das gerações que hão de vir”. Já nos trechos dos poemas “Retrato do artista quando coisa”, de Manoel de Barros - “penso em renovar o homem utilizando as borboletas” – e “Canção mínima”, de Cecília Meireles - “No mistério do sem-fim / Equilibra-se um planeta” – foram abordados conteúdos que visam uma integração com a Natureza por meio de intervenções antrópicas positivas. Na história “O menino e o c ouro” (SANTOS, 2017) os serviços ecossistêmicos foram mais enfocados e na história “Árvore de Pedra” (PONCIANO, 2015) os valores de cidadania e solidariedade inerentes ao compartilhamento de uma colheita, determinantes para a sobrevivência de um agrupamento humano, foram correlacionados com os usos das áreas verdes.
Adubando com afeto
Associada ao plantio das mudas na Trilha Geopoética DOSSEL ocorre a segunda dinâmica de sensibilização, com a escrita das cartas em papel terra (papel reciclado com 30 % de terra adicionada na polpa), quando os visitantes escrevem ou desenham mensagens pra as suas mudas, adubando as plantas com palavras de afeto. Essas cartas podem ser amassadas ou cortadas em pedaços, encharcadas com água e dispostas nos berços (buracos previamente preparados para receber as mudas) antes do transplante da muda. Algumas pessoas preferem levar as cartas para casa, ou deixar em cima do solo. Esse papel terra foi produzido em oficinas junto com discentes do curso de Ciências Biológicas e Museologia da UNIRIO, que visitaram a trilha também após essa atividade.
Lentes da Natureza
Uma das instalações artísticas que compõe a obra TEIA DOSSEL é a Lentes da Natureza, que foi desenvolvida com a participação de duas turmas de graduação da UNIRIO no período de 2019.1, a de Ciências Biológicas e Museologia. Também foram promovidos mutirões com os moradores de Jardim Sulacap, que participaram da confecção de partes das instalações artísticas. Na instalação delas participaram apenas as voluntárias e integrantes do projeto Geotales, que escreveram poemas de maneira velada nos elementos utilizados como Lentes da Natureza. Lentes da Natureza consiste em diversas peças que visam focar o olhar dos visitantes na investigação de diferentes elementos da biodiversidade e geodiversidade local, por meio de tubos de papel, armações de lupas e de óculos compostos por diversos tipos de fios (trepadeiras, fios elétricos, fios de malha, ...), e outros elementos utilizados como focos de visão (molduras). Outra forma de focar a visão é a pintura (com tinta acrílica) de olhos humanos, em um galho seco. Instigando os visitantes a olhares com mais atenção ou olharem na direção que os olhos da pintura estão mirando. A sensação de reconhecer olhos humanos na Natureza causa estranhamentos, representando seres híbridos, formados pelos olhos dos voluntários, que continuam zelando pelo espaço, nos demais elementos da Natureza.